Papa Francisco morre aos 88 anos no Vaticano: o fim de um pontificado histórico

O Papa Francisco faleceu na manhã desta segunda-feira (21), aos 88 anos, em sua residência oficial na Casa Santa Marta, no Vaticano. O anúncio foi feito pelo camerlengo da Santa Sé, cardeal Kevin Joseph Farrell, que confirmou o falecimento às 7h35 (horário local). Com sua morte, a Igreja Católica entra oficialmente no período conhecido como Sede Vacante.


Jorge Mario Bergoglio, natural de Buenos Aires, foi o primeiro papa latino-americano e o primeiro jesuíta a assumir o trono de Pedro. Eleito em 2013, após a renúncia de Bento XVI, Francisco marcou seu pontificado com uma abordagem pastoral voltada à inclusão, simplicidade e justiça social, além de duras críticas às desigualdades e à destruição ambiental.

Nos últimos meses, a saúde do pontífice vinha inspirando cuidados. Uma pneumonia o manteve hospitalizado por mais de um mês, e sua última aparição pública ocorreu na celebração do domingo de Páscoa, quando saudou os fiéis da varanda da Basílica de São Pedro visivelmente debilitado. Na ocasião, clamou por paz na Faixa de Gaza e denunciou o crescimento do antissemitismo global.

A morte de Francisco encerra um dos pontificados mais simbólicos e reformadores da história recente da Igreja. Entre suas principais ações estiveram o combate aos abusos sexuais no clero, a reestruturação da Cúria Romana, a aproximação com populações marginalizadas e o apoio contínuo às causas dos pobres e refugiados.

O velório e as cerimônias fúnebres devem ocorrer nos próximos dias, com sepultamento na Basílica de Santa Maria Maior, em Roma, conforme o desejo do próprio pontífice, que reiterou sua opção por uma despedida simples.

A expectativa agora se volta para a realização do conclave que elegerá o novo líder da Igreja. O processo deverá ocorrer entre 15 e 20 dias após o falecimento, reunindo cardeais de todo o mundo. Entre os nomes cotados estão os cardeais Pietro Parolin (Itália), Matteo Zuppi (Itália), Robert Sarah (Guiné) e Luis Antonio Tagle (Filipinas).

Líderes de todo o mundo já se manifestaram. A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, afirmou que o papa “inspirou milhões, inclusive fora da fé católica”. Na Argentina, seu país natal, o governo decretou luto oficial de sete dias.

O Papa Francisco deixa um legado de compaixão, coragem e renovação espiritual, sendo lembrado como o papa que aproximou a Igreja dos mais vulneráveis — e os fiéis de um cristianismo mais humanizado.

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